Pela primeira vez, o Brasil celebra um feriado relativo a um herói negro. Apesar da resistência de alguns, como o prefeito do município gaúcho Dilermando Aguiar que, desprezando a importância da data e das reflexões sobre o que foi o processo de escravidão e o racismo no país, decidiu "empurrar" o feriado para 23 de dezembro.
O que algumas pessoas não reconhecem é que o Brasil, no pior período de sua história, passou pelo mais longo processo de escravidão das Américas, em que escravizados não eram tratados como seres humanos, sofrendo com cargas de trabalho que chegavam a 16 horas diárias e com castigos cruéis.
Deste período de quase 400 anos, decorrem muitos problemas que resultaram na desigualdade atual: os negros escravizados foram libertados sem receberem qualquer indenização ou auxílio para seguirem suas vidas. Com isso, foram empurrados para a miséria das favelas, algo que se reflete nas gerações seguintes.
Pois o 20 de Novembro - data da morte de Zumbi, maior líder da resistência contra a escravidão, em 1695 -, assim como o 8 de Março, Dia da Mulher, ou o 27 de Janeiro, Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, serve para reflexões da sociedade a respeito dos temas escravidão e racismo e para evitar que as injustiças já ocorridas ou as que ainda venham a ocorrer não se perpetuem.
E nunca é demais lembrar que o movimento pelo reconhecimento do 20 de Novembro começou em Porto Alegre, em 1971, com quatro jovens do Grupo Palmares: Oliveira Silveira, Antônio Carlos Cortes, Ilmo da Silva e Vilmar Nunes.
De quebra, o 20 de Novembro acrescentou um feriado ao período da Feira do Livro de Porto Alegre. Por sinal, o derradeiro dia neste 2024 que foi tão complicado devido à enchente. Aproveite o feriado, reflita e visite a Feira.
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